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DFC - Demonstração dos Fluxos de Caixa

 
A Demonstração do Fluxo de Caixa, embora não exigida pela Lei 6.404/76 é de grande utilidade interna na entidade. (Na verdade, agora é exigida pela 11.638/07)
De forma condensada, a Demonstração do Fluxo de Caixa(DFC) indica a origem de todo o dinheiro que entrou no Caixa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do Caixa em determinado período, e, ainda o Resultado do Fluxo Financeiro.
Assim como a Demonstração do Resultado do Exercício , a DFC é uma demonstração dinâmica e também está contida no Balanço que, por sua vez, é uma demonstração estática.
 
Se, por exemplo tivermos um Balanço Patrimonial cujo disponível seja:
 
Circulante
31/12/x1
31/12/x2
Disponível
1.820.000
2.500.000
 
 
Estamos diante de uma situação estática, ou seja, uma fotografia do saldo disponível no início e outra no final do período. Mas quais foram as razões que contribuíram para o aumento das disponibilidades em 680.000?
 
A Demonstração do Fluxo de Caixa(DFC) irá indicar-nos o que ocorreu no período em termos de saída e entrada de dinheiro no Caixa(demonstração dinâmica) e o resultado desse Fluxo.
 
A DFC propicia ao gerente financeiro a elaboração de melhor planejamento financeiro, pois numa economia tipicamente inflacionária não é aconselhável excesso de Caixa, mas o estritamente necessário para fazer face aos seus compromissos. Através do planejamento financeiro o gerente saberá o montante certo em que contrairá empréstimos para cobrir a falta (insuficiência) de fundos, bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso de dinheiro, evitando, assim a corrosão inflacionária e proporcionando maior rendimento à empresa.
 
Mas só através do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderá fazer uma boa projeção do Fluxo de Caixa para o futuro (próxima semana, próximo mês, próximo trimestre, etc.). A compensação do Fluxo Projetado com o real vem indicar as variações que, quase  sempre, demonstram as deficiências nas projeções. Estas variações são excelentes subsídios para aperfeiçoamento de novas projeções de Fluxos de Caixa.
 
 

ELABORAÇÃO DO FLUXO

 
A DFC pode ser elaborada sob duas formas distintas:
 
MÉTODO DIRETO: De posse da conta "Caixa", ordenando  as operações de acordo com a sua natureza  e condensando-as, poderíamos extrair todos os dados necessários.
MÉTODO INDIRETO: De posse das Demonstrações Financeiras, uma vez que nem sempre teremos acesso à ficha (ou livro) da "conta Caixa", lançaremos mão de uma técnica bastante prática, proporcionando, assim, a elaboração da DFC para empresas diversas.
 
Ressalta-se que, pelo aspecto prático, mesmo tendo acesso a conta Caixa, alguns contadores preferem elaborar a DFC pela técnica referida no item b. Por essa razão e pelo fato de propiciar  a elaboração da DFC para qualquer empresa (sem necessidade de acesso a contabilidade), enfatizaremos esta técnica.
 
 

AS PRINCIPAIS TRANSAÇÕES QUE AFETAM O CAIXA

A seguir relacionaremos, em dois grupos, as principais transações que afetam o Caixa.
 

Transações que aumentam o caixa (disponível)

  • Integralização do capital pelos Sócios ou Acionistas: São  os investimentos realizados pelos proprietários. Se a integralização não for em dinheiro, mas em bens permanentes, estoques, títulos etc., não afetará o Caixa.
  • Empréstimos Bancários e Financiamentos: São os recursos financeiros oriundos das instituições Financeiras. Normalmente, os Empréstimos Bancários são utilizados como  Capital de Giro (Circulante) e os Financiamentos, para aquisição de Ativo Permanente (Fixo).
  • Venda de Itens do Ativo Permanente: Embora não seja comum, a empresa pode vender itens do Ativo Fixo. Neste caso, teremos uma entrada de recursos financeiros.
  • Vendas a Vista e Recebimentos de Duplicatas a Receber: A principal fonte de recursos do caixa, sem dúvida, é aquela resultante de vendas.
  • Outras Entradas: Juros recebidos, dividendos recebidos de outras empresas, indenizações de seguros recebidas etc.
 

Transações que diminuem o caixa (disponível)

  • Pagamentos de Dividendos aos Acionistas
  • Pagamentos de Juros, Correção Monetária da Dívida e Amortização da Dívida
  • Aquisição de itens do Ativo Permanente
  • Compras a vista e Pagamentos a Fornecedores
  • Pagamentos de Despesa/Custo, Contas a Pagar e Outros
 
 

TRANSAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAIXA

Através dos itens relacionados no grupo A, observamos os principais encaixes (entrada de dinheiro no Caixa). Através dos itens relacionados no grupo B, observamos os principais desembolsos (saídas de dinheiro do Caixa).
Agora observaremos algumas transações que não afetam o Caixa, isto é, não há encaixe e nem  desembolso:
  • Depreciação, Amortização e Exaustão: são meras reduções de Ativo, sem afetar o caixa
  • Provisão para Devedores Duvidosos: estimativa de prováveis perdas com clientes que não representa o desembolso ou encaixe
Acréscimo ou Diminuições: de itens de investimentos pelo método de equivalência patrimonial. Assim como Correção Monetária, poderá haver aumentos ou diminuições em itens de investimentos sem significar que houve vendas ou novas aquisições
 
Companhia xxxxx - CNPJ n° 99.999/9999-99
Demonstração do Fluxo de Caixa apurada em 31/12/x1
Método Direto
 
Das atividades operacionais
 
(+) Recebimentos de Clientes e outros
 
(-) Pagamento a Fornecedores
 
(-) Pagamento a Funcionários
 
(-) Recolhimento ao Governo
 
(-) Pagamento a Credores Diversos
 
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicada nas) Atividades Operacionais
 
 
 
Das atividades de investimentos
 
(+) Recebimento de venda de imobilizado
 
(-) Aquisição de ativo permanente
 
(+) Recebimento de dividendos
 
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicada nas) Atividades de Investimentos
 
 
 
Das atividades de financiamentos
 
(+) Novos Empréstimos
 
(-) Amortização de Empréstimos
 
(+) Amortização de Debêntures
 
(+) Integração de Capital
 
(-) Pagamento de Dividendo
 
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Financiamento
 
 
 
Aumento/Diminuição nas Disponibilidades
 
DISPONIBILIDADES - no início do período
 
DISPONIBILIDADES - no final do período
 
 
 
 
 
 
Companhia xxxxx - CNPJ n° 99.999/9999-99
Demonstração do Fluxo de Caixa apurada em 31/12/x1
Método Indireto
 
Caixa Líquido Gerado pela Atividade Operacional
 
Lucro líquido
 
(+) Despesas depreciação
 
(+) Despesas com provisão para devedores duvidosos
 
(-) Aumento Duplicatas a Receber
 
(-) Aumento Estoques
 
(-) Redução Fornecedores
 
(-) Redução Contas a Pagar
 
(+) Aumento IR e CSLL a Pagar
 
(+) Aumento Juros a Pagar
 
 
 
Caixa Líquido Consumido para Investimentos
 
Aplicação em Títulos a Receber (RLP)
 
 
 
Caixa Líquido Consumido para Financiamentos
 
Pagamento de Dividendos
 
 
 
Aumento Líquido Disponibilidades
 
Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes
 
Saldo Final de Caixa e Equivalentes
 
 
 
 
 

LISTAGEM

 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa pode ser elaborada e listada acessando o menu 4.3-X do módulo de contabilidade.
 
A primeira janela de seleção permite indicar se trata-se de listagem oficial (para encadernação com o Livro Diário) ou para conferência. Na opção de listagem de conferência é possível gerar a demonstração em forma de planilha XLS (Excel, StarOffice, etc...).
A segunda janela de seleção permite indicar o método de apuração da DFC.
 
As próximas janelas permitirão informar:
  •  Os eventos que geraram as disponibilidades nas operações da empresa (por qualquer dos dois métodos); 
  •  Os eventos que geraram/consumiram recursos nas atividades de investimentos; 
  •  Os eventos que geraram/consumiram recursos nas atividades de financiamentos; 
  •  A demonstração da variação nas disponibilidades 
  
O SIGER® já disponibiliza uma lista com os principais eventos de cada categoria. Caso julgue necessário, altere as descrições dos eventos (estas alterações serão salvas, por exercício contábil).
 
Na última janela será demonstrado o saldo apurado pela digitação do DFC e também os saldos Inicial e Final das contas cuja "Classe para padronização " seja "3-Financeira-disponível" (a classe é configurada na tabela de Itens Patrimoniais, que é vinculada à conta contábil). No avançar desta janela deverá ser validado o saldo calculado com variação encontrada no Ativo Disponível, devendo os mesmos se igualarem.
 
Caso tenha configurado devidamente o plano de contas com os totalizadores DFC (veja o tópico Configuração do SIGER®), os valores serão carregados automaticamente, precisando apenas confirmar os valores.
Se não tiver configurado é possível configurá-los a partir da tecla de função F4-Configura contas para o totalizador, no campo de código do totalizador. Após a configuração o SIGER® pergunta se deseja sobrescrever o valor do totalizador com o novo valor apurado.
No campo de valor do totalizador tem ainda 2 funções possíveis que são: "F5-Vlr.orig.totalizador" que recarrega o valor original do totalizador e "F6-Totais contas" que exibe uma consulta das contas e respectivos valores que formam o valor apurado para o totalizador.
 
Após a manutenção dos valores, será aceita janela para digitação do Parecer (texto livre), que será impresso logo após a demonstração, complementando-a.
 
Em qualquer ponto da janela é possível acionar a função F7 para visualizar o extrato de qualquer conta contábil.